Especial

Pracinha viveu romance com paramilitar italiana

Um romance dos tempos da guerra. Assim a família de Edmundo Trench descreve o relacionamento que o avareense teve com uma italiana chamada Pierina.

A moça era partisan, ou seja, pertencia ao movimento armado, espécie de guerrilha surgida com a ocupação da Itália pelos nazistas em 1943.

Os partisans (partigiani) operavam atrás das linhas inimigas. Tinham por objetivo atrapalhar a comunicação, roubar cargas e executar tarefas de sabotagem. Considerados sanguinários por alguns historiadores, eles libertaram várias cidades antes mesmo da chegada das tropas aliadas.

Por conta da truculência característica, já que preferiam matar um a um os inimigos ao invés de fazê-los prisioneiros, os brasileiros, em geral, os evitavam. “Meu pai, porém, teve uma boa experiência com eles, inclusive a namorada”, revela a professora Maria Olivia Trench Espíndola.

A única lembrança do romance é uma fotografia na qual a bela italiana aparece com roupas militares, botas e revólver na cintura. No verso, apenas a inscrição “Ricordo di campagni brasigliani. Pierina”, datada de 16 de junho de 1945. “Uma pena que ela não tenha deixado seu sobrenome na dedicatória dada a meu pai”, continua Maria Olívia.

Coube à esposa Zilda, com quem Edmundo se casaria em dezembro de 1946, já após o retorno a Avaré, o papel de preservar essa e outras imagens, bem como cartas e itens do marido pracinha.

Também professora, ela tinha consciência de que o material tinha que ser preservado e acabou incutindo nas filhas o interesse pela história que envolvia o pai.

Por outro lado, ela sabia que Pierina, a bela partisan, fora “um amor, um romance do tempo da guerra, e que esse romance, como a guerra, havia acabado”, descreve Maria Olivia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Para reproduzir nosso conteúdo, entre em contato pelo contato@foradepauta.com