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Avareense Djanira é uma das representantes do Brasil na 60ª Bienal de Veneza

Pintura “Orixás” da renomada artista plástica que morreu em 1979 foi “salva” da depredação bolsonarista em Brasília por ação de ninguém menos que Michelle Bolsonaro; confira que história é essa

Da Redação

A avareense Djanira da Motta e Silva (1914-1979) está entre os artistas brasileiros que vão representar o país na Bienal de Veneza, um dos mais importantes e tradicionais eventos de arte do mundo.

A pintora aparece ao lado de outros brasileiros ilustres, como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, bem como de representantes contemporâneos da arte indígena.

Ícone da segunda fase do Modernismo, Djanira é internacionalmente reconhecida, embora seja pouco prestigiada em sua terra natal. Ainda não se sabe quais obras da avareense estarão no evento.

“A presença artística de Djanira na 60ª Bienal de Veneza, tida como um barômetro da arte global, é oportuno reconhecimento à obra multicolorida da grande pintora nascida em Avaré”, celebra o escritor Gesiel Júnior, biógrafo da artista, que congratulou o curador Adriano Pedrosa pela escolha.

A 60ª Bienal de Veneza acontece entre abril e novembro de 2024. Com o tema “Estrangeiros de Todos os Lugares”, a edição destaca artistas de diversas origens, dando visibilidade a grupos marginalizados, como imigrantes, expatriados, pessoas queer e indígenas.

Djanira e uma história pra lá de curiosa

Quadro “Orixás” da pintora avareense Djanira

E por falar em Djanira, uma curiosidade envolve uma obra produzida em 1962. “Orixás”, tela que até 2019 foi destaque no Salão Nobre do Palácio do Planalto, escapou da depredação bolsonarista de 8 de janeiro de 2023 graças a uma improvável benfeitora.

A autora do gesto é ninguém menos que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Isso mesmo, você leu certo.

A história começa no primeiro ano do Governo Bolsonaro, quando a então primeira-dama pediu que a pintura fosse retirada do espaço, saindo dali para a reserva técnica.

Especialistas viram intolerância religiosa na decisão, já que a tela retrata divindades de religiões de matriz africana. Michelle, como se sabe, é evangélica.

Graças à decisão controversa da ex-primeira-dama, contudo, a obra avaliada em R$ 3 milhões ficou fora do alcance dos apoiadores do marido que invadiram prédios públicos e depredaram obras de arte no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso, além da sede da Presidência da República.

Em janeiro de 2023, a atual primeira-dama, Janja, anunciou que “Orixás” seria realocado no Salão Nobre. A Presidência da República não confirmou se isso já ocorreu.

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