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Patrono da praça central de Óleo se torna santo

Busto do religioso ornamenta centro histórico do município desde agosto de 1983; papa Paulo VI dirigiu a Igreja Católica entre 1963 e 1978

Gesiel Júnior

Especial para o Fora de Pauta

Na cidade do Óleo talvez pouca gente saiba – nem mesmo os católicos mais devotos – que o patrono da principal praça, o Papa Paulo VI, teve o seu nome inscrito no cânon (livro) dos santos da liturgia da Igreja Romana no último dia 14 de outubro. Agora, ele pode ser invocado como São Paulo VI.

Em fins dos anos 1970, durante a gestão do prefeito Affonso Garcia, a área ajardinada em torno da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus recebeu o nome do novo santo canonizado pelo Papa Francisco. Essa homenagem certamente foi dada por influência do pároco da época, monsenhor Humberto Zanca, italiano e contemporâneo de Paulo VI.

O tributo em honra desse pontífice foi mais abrangente: mereceu um busto em bronze, obra encomendada a um especialista, o célebre escultor paulistano Luís Morrone.

A obra de arte, instalada num obelisco em meio aos jardins da praça, ornamenta o centro histórico de Óleo desde agosto de 1983. Como se trata da imagem de um santo, o busto pode ser respeitosamente venerado pelos católicos, que diante dele podem rezar e pedir graças.

Quem é o novo santo

Paulo VI foi o papa de número 262 da história da Igreja Católica, entre 1963 e 1978. Nascido no dia 26 de setembro de 1897, Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini era originário de Concesio, comuna da Província de Brescia.

Desde cedo, sua vida foi muito envolvida com religião. Foi ordenado padre em 1920, tendo estudado na Universidade Gregoriana e na Pontifícia Academia Eclesiástica.

Diplomata talentoso, Montini rapidamente ingressou na Cúria Romana e já em 1944, durante o clima tenso da 2ª Guerra, ganhou a confiança do papa Pio XII, de quem foi subsecretário e este o nomeou arcebispo de Milão.

Eleito papa durante o Concílio Vaticano II em 1963, para substituir João XXIII, ele escolheu o nome de Paulo VI, indicando que tinha uma missão mundial de propagar a mensagem de Cristo. Promoveu grandes reformas no cristianismo que foram significativas para afetar toda a Igreja.

Primeiro papa a viajar de avião e o primeiro a visitar os cinco continentes, Paulo VI chegou até a sofrer uma tentativa de assassinato nas Filipinas. Sua postura aberta ao diálogo foi fundamental durante seu papado, pois viveu uma fase de grandes acontecimentos na história da segunda metade do século XX.

Apesar disso tudo, alguns críticos ainda caracterizam Paulo VI como um papa distante, indeciso e sem carisma. Acusavam-no também de ter pouca propensão para abordar assuntos mais delicados. No entanto, Paulo VI publicou a encíclica Humanae Vitae versando sobre o controle da natalidade, documento que se tornou de referência para a Igreja Católica nas questões sobre aborto, esterilização e métodos contraceptivos.

Paulo VI ocupou o posto de chefe da Igreja por 15 anos. Faleceu há 40 anos, em 6 de agosto de 1978 e foi sucedido por João Paulo I. Beatificado por Francisco em outubro de 2014, quatro anos depois o papa argentino o declarou santo.

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