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Referência na literatura de cordel, poeta Maurício de Barros lança coletânea de haicais

Radicado em Avaré há vários anos, autor pernambucano publica livro em que mostra seu gosto também pela micro-poesia japonesa

Da Redação

Em cerimônia realizada na sexta-feira, 19 de outubro, nas instalações do Centro Cultural “Esther Pires Novaes”, o poeta Maurício de Barros, radicado em Avaré há vários anos, lançou o livro À Sombra da Cerejeira, edição produzida com apoio dos filhos que traz os versos traduzidos para a língua japonesa.

“Dedico esse livro com carinho à minha esposa Leico”, destacou Barros, que compareceu à sessão de autógrafos ao lado da homenageada trajando vestes orientais.

Quinta publicação do pernambucano que se dedica à produção da literatura de cordel, o volume de 132 páginas, em forma de coletânea, reúne 110 poemas.

Artistas e intelectuais prestigiaram o lançamento, dentre os quais Laura Figueiredo, Rosane Gauss, Gesiel Júnior, Vera Veppo, Norma Righi, Iza Peres e Guma Castellucci.

Micro-poesia

O haicai é um breve poema com carga sentimental surgido no Japão no fim da Idade Média. Com métrica própria distribuída em apenas três versos e limitadas sílabas, essa sua tradicional estrutura modificou-se pelos tempos e alguns haicaístas seguem uma silabação livre geralmente com dois versos mais curtos e um mais longo.

“Por pleno amor, inspirado na musa que os seus caminhos envolveu, Maurício de Barros sentiu-se atraído por essa forma poética demarcada pela concisão e pela objetividade assim que leu um haicai”, escreveu o pesquisador e cronista Gesiel Júnior no prefácio de À Sombra da Cerejeira.

“Peço licença” – prosseguiu – “para confessar ter pequena influência nesse caso, pois coube a mim partilhar, em 2009, no suplemento do Centro Literário “Anita Ferreira De Maria” um breve ensaio sobre o tema. Foi o quanto bastou para o poeta e cordelista sentir-se tocado instantaneamente pelos versos curtos, mas de significação densa em contadas sílabas poéticas”.

No Brasil, alguns poetas se projetaram por fazer do haicai a sua manifestação artística, caso do acadêmico Guilherme de Almeida, de Paulo Leminski e até de Millôr Fernandes.

Já em Avaré, o poeta Cláudio Cortez foi quem primeiro se dedicou ao haicai.

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