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Ex-repórter em Avaré, Felippe Aníbal lança biografia sobre maestro que tocou com João Gilberto

Livro “Waltel Branco: o Maestro Oculto” recupera legado do músico, compositor, arranjador e produtor paranaense; obra que é resultado de oito anos de trabalho está em pré-venda no site waltel.com.br

Flávio Mantovani

Ex-repórter do jornal A Comarca de Avaré, o jornalista Felippe Aníbal lança no dia 21 de novembro a biografia “Waltel Branco: o Maestro Oculto”, que narra a trajetória do músico, compositor, arranjador e produtor paranaense que deixou sua marca na história da música e da televisão brasileira.

Sabe o arranjo de cordas de “Faz Parte do Meu Show”, uma das canções mais conhecidas de Cazuza? Foi o Waltel quem fez. Curte “Sítio do Pica-pau Amarelo”? Pois saiba que Branco foi o arranjador da trilha sonora do programa.

E tem muito mais. Transitando do erudito ao popular, Walter Branco fez arranjos para Djavan, Elza Soares, Zé Ramalho, João Bosco, Fafá de Belém e Roberto Carlos, entre tantos outros artistas graúdos da MPB.

Foi amigo de ninguém menos que João Gilberto, tendo dirigido concertos do baiano no Brasil, Itália e Portugal.

Trabalhou com gente do porte de Dizzy Gillespie, Quincy Jones, Laurindo de Almeida, Henri Mancini e Paco de Lucía em passagens pelo exterior.

Imagine um instrumentista, compositor, arranjador e maestro que teve o privilégio de ter transitado por todos os estilos que floresceram na música brasileira da segunda metade do século XX pra cá. E tudo isso, ao mesmo tempo. Esse foi Waltel Branco. O trunfo dele era a pluralidade e a excelência com a qual transitou por todos esses estilos”, resume o autor em entrevista ao Fora de Pauta.

Apesar de sua importância para a cultura brasileira, Waltel permanece desconhecido do grande público. O livro nasce dessa premissa.

A necessidade de fazer justiça histórica a um personagem que teve um trabalho profícuo e emblemático em tantas vertentes musicais e que, apesar disso, foi posto de lado pela História”, continua o jornalista.

Com 504 páginas, “Waltel Branco: o Maestro Oculto” é resultado de 8 anos de trabalho, respaldado por mais de 50 entrevistados e vasta pesquisa em fontes historiográficas.

Nascido em Paranaguá em 1929, o maestro integrou o time de músicos da TV Globo e trabalhou na emissora por mais de 25 anos. Nessa altura já tinha tocado em Cuba e nos Estados Unidos. Posteriormente, teve passagens pela Europa e Ásia.

Exímio violonista, qualidade apontada publicamente por muitos de seus pares, entre eles Roberto Menescal, Waltel fez arranjos para trilhas sonoras de novelas que marcaram a modernização da teledramaturgia brasileira nos anos 70, incluindo “Selva de Pedra” e “Irmãos Coragem”. Foi ainda arranjador de programas como “Chico City” e trabalhou em festivais e especiais da casa.

Tocou em discos de Moacyr e Elizete Cardoso e fez o arranjo em seis faixas no disco de estreia de Tim Maia (1970). Trabalhou ainda com Odair José, Cauby Peixoto e outros ícones da música popular.

De formação jazzística, Waltel nunca teve medo de se aventurar. É autor do arranjo de cordas de “Molhado de Suor”, disco de Alceu Valença lançado em 1974 que é um marco da psicodelia brasileira.

Trabalho autoral

Waltel Branco, que morreu em 2018 no Rio de Janeiro, também desenvolveu um importante trabalho autoral.

Meu Balanço” (1975) virou o símbolo da modernidade do maestro. A pegada funkeada e jazzística fez desse disco um clássico cult. A edição original chega a custar mais de R$ 1 mil no Mercado Livre.

O autor

Pirajuense formado pela UNESP de Bauru, Felippe Aníbal iniciou a carreira como repórter no jornal A Comarca em 2005, tendo posteriormente trabalhado na extinta TV Avaré.

Depois de atuar na capital paulista, se fixou em Curitiba no ano de 2009.

Foi repórter da Gazeta do Povo e publicou reportagens em grandes veículos como Folha de São Paulo, Piauí, UOL, The Intercept e Valor, entre outros.

Serviço

O livro “Waltel Branco: o Maestro Oculto” está em pré-venda no site waltel.com.br. A obra editada pela Banquinho Publicações custa R$ 72.

O projeto foi viabilizado por meio de Lei de Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e tem apoio do Centro de Diagnóstico Água Verde, Instituto de Oncologia do Paraná e Hospital IPO.

O jornalista Felippe Aníbal, autor da biografia “Waltel Branco: o Maestro Oculto”

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