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Banda pioneira no gênero, Seres do Abismo se prepara para o 2º Óleo Rock Fest

Primeiro grupo de rock da pequena cidade volta à ativa após sucesso da primeira edição; evento acontece no dia 31 de agosto

Da Redação 

O sonho de adolescência dos fundadores dos Seres do Abismo, banda de rock pioneira na cidade de Óleo, deu frutos. Vinte anos depois, mas deu.

Reduto da música sertanejo, o pequeno município finalmente tem um espaço dedicado ao estilo estrangeiro: o Óleo Rock Fest, cuja segunda edição será realizada em 31 de agosto. O evento hoje faz parte do calendário oficial de eventos graças aos esforços dos idealizadores Alex Zorzato, Ricardo Simões e Vinícius Cardoso e tem apoio da Prefeitura, Câmara e iniciativa privada.

Mas, na cabeça do pessoal mais tradicional, aquele tipo de música não passava de “coisa de drogado” quando Flávio Mantovani (guitarra), Evandro Scarmanhani (baixo) e Leandro “Cebolão” Rodrigues de Oliveira (bateria) começaram a tocar em meados de 1998. O vocalista Everton “Nego” Batista Gomes se juntaria ao grupo no ano seguinte.

“Não havia bandas de rock por aqui. De repente, estávamos com cabelo comprido e camiseta do Iron Maiden. Foi barra pesada aguentar a pressão do pessoal que não gostava muito do estilo. Até nossos pais viam aquilo com certa preocupação. E olha que a gente só usava, no máximo, um vinho barato”, ri o guitarrista.

Sem ter onde se apresentar, a banda vivia praticamente de ensaios. Até que pintou uma chance na única escola do município, onde os integrantes estudavam. Embora a direção tenha sido compreensiva com a aptidão artística dos meninos, a recepção do público não foi lá muito calorosa.

“Abrimos o show com “Selim”, dos Raimundos. Era uma festa de família e o pessoal ficou horrorizado. O mais interessante é que não fizemos aquilo pra confrontar: a gente só queria fazer um som. Éramos punks e nem desconfiávamos”, se diverte o baterista.

Dispersão

A vida adulta fez com que a banda fosse colocada temporariamente de molho. Três dos quatro integrantes não vivem mais em Óleo. “Só eu fiquei na cidade pra levar a bandeira adiante”, brinca Scarmanhani, cujo filho já demonstrou interesse por bateria.

O Óleo Rock Fest, porém, reacendeu a chama antiga. Por conta de seu pioneirismo, a banda entrou de última hora na programação do ano passado. Apesar da correria para preparar o repertório, o show foi um sucesso.

E aí veio o novo convite. Os ensaios, que só aconteciam nas festas de final de ano, agora ganharam cronograma. Embora exibam hoje menos cabelo e mais barriga do que no passado, os integrantes garantem que o ânimo continua o mesmo de 1998.

“Pra quem não tinha lugar pra se apresentar, esse festival é motivo para comemoração. É curioso como a mentalidade mudou nesse meio tempo. Acho que ajudamos a plantar essa sementinha”, analisa o vocalista.

Fonte: Jornal A Comarca (Avaré-SP).  

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