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Relembre: avareenses já pediram “intervenção militar” ao som de hino contra a ditadura

Manifestantes seguraram cartazes pedindo a volta do “AI-5” durante protesto pela reabertura do comércio realizado no último 19 de abril 

Da Redação

Avareenses pediram a volta do AI-5 durante manifestação realizada no domingo, 19 de abril, em frente ao Tiro de Guerra (foto).

O grupo, que promoveu uma carreata pressionando pela reabertura do comércio local, gritou palavras de ordem em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, favorável à retomada da atividade econômica em meio à pandemia do coronavírus.

As imagens em que manifestantes, alguns com máscaras, seguram cartazes com a inscrição “AI-5” ganharam a internet. Em outra gravação, eles aparecem com os braços abertos, fazendo uma espécie de cordão em frente ao prédio. 

A iniciativa ganhou o apoio de alguns internautas, mas virou alvo de gozação. Um usuário lembrou que a manifestação não aconteceria se o AI-5 ainda estivesse em vigor. 

Editado em 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5 fechou o Congresso Federal, acabou com a liberdade de imprensa e cassou direitos civis e individuais, entre outras violações aos preceitos democráticos.  

Outro caso

Manifestações semelhantes não são novidade em Avaré. A mais folclórica delas aconteceu em 2018, quando um manifestante anunciou o “total apoio da população avareense a uma intervenção militar”.

A gravação viralizou. O motivo: logo após o pronunciamento, aplaudido pelos participantes, ouve-se um trecho da música “Pra não dizer que não falei das flores”, composição de Geraldo Vandré que se tornou símbolo contra a ditadura militar. Confira o vídeo abaixo. 

Lançada em 1968, a canção acabou censurada após ganhar as ruas. Perseguido pelo regime, Vandré, que chegou a ser preso, partiu para o exílio, de onde só voltaria anos depois. 

O registro com a versão interpretada por Zé Ramalho circulou pelo WhatsApp, além de grupos no Facebook, e foi satirizado por internautas, que apontaram a contradição.

A gravação foi feita em frente ao Tiro de Guerra da cidade durante um ato em apoio à paralisação dos caminhoneiros em 27 de maio daquele ano. Clique aqui para reler a matéria original. 

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