Acontecendo...

Comunicador por excelência, Clóvis Guerra deixa nome registrado no rádio e na cultura regional

Radialista morreu na manhã de sexta-feira, 24 agosto, aos 59 anos; ele estava internado na Santa Casa de Misericórdia e lutava contra um câncer

Da Redação

Era sua marca registrada. Quando a música que tradicionalmente abre a Feira Avareense da Música Popular (Fampop) estava perto do fim, o público via entrar no palco aquela figura magra. Microfone na mão e sorriso no rosto, o sujeito mandava um caloroso “Boa noite, Avaré”.

Nessa hora, o intérprete da canção símbolo do festival já se preparava para tirar o time de campo, mas não sem antes receber um abraço efusivo do protagonista que acabara de chegar. A banda de apoio, que desde então administrava os acordes finais, também sabia que aquela era a deixa para o último compasso.

A bola agora estaria com ele: o radialista Clóvis Guerra, “o mais importante e carismático apresentador de festivais do interior – e não apenas da Fampop”, de acordo com as palavras do compositor Juca Novaes, um dos fundadores da feira. Embora não fosse músico, sua arte também nascia no palco. 

O comunicador morreu na manhã desta sexta-feira, 24, aos 59 anos. Ele estava internado na Santa Casa de Misericórdia e lutava contra um câncer. Deixa a esposa Wilma Guerra e os filhos Ana Letícia e Gabriel, além de três netas: Anna Beatriz, Bella e Nina. 

Políticos, lideranças locais, artistas, colegas de imprensa, Faculdade Eduvale, Polícia Civil, Associação Paulista de Imprensa (API) e Câmara de Vereadores, entre outras instituições, lamentaram a perda do profissional, que havia sido homenageado dias antes por meio de uma Moção de Aplausos aprovada pelo Legislativo.  

A repercussão na internet também foi impressionante: manifestações de pesar pipocaram dos quatro cantos do país. Artistas e amigos de outras bandas fizeram questão de registrar seu último adeus ao “Clovinho”. Poucas vezes Avaré viu uma comoção tão generalizada diante da morte de um filho deste solo.

A música era sua paixão: tinha um conhecimento enciclopédico sobre o tema. Fez parte do grupo que, no início de 1983, idealizou a Fampop, que neste ano chega à sua 36ª edição.

“Era o cara que, como membro da comissão de pré-seleção do festival, sempre tinha as opiniões mais originais, sempre atento aos (artistas) diferentes”, escreveu Novaes.

Em agosto do ano passado, por ocasião da morte do músico Luiz Melodia, Clóvis Guerra concedeu entrevista ao Fora de Pauta na qual conta a passagem curiosa que testemunhou durante um show do cantor carioca.

Confira o texto no link http://foradepauta.com/avareense-narra-o-sumico-de-luiz-melodia-durante-show-em-botucatu/

Sua última postagem no Facebook, aliás, faz referência a um show do Jota Quest em Bauru.  

Outra paixão foi o rádio. Fez carreira na Rádio Avaré, a mais antiga da cidade. Seguia os passos do pai Clóvis Gonçalves Guerra, um dos primeiros locutores da emissora fundada em 1948. Também deixa sua assinatura no esporte, área com a qual contribuiu durante a vida toda. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Para reproduzir nosso conteúdo, entre em contato pelo contato@foradepauta.com