Elias Ward, o cidadão imprensa, tem trajetória contada em novo livro de Gesiel Júnior

Obra lançada no centenário de nascimento do comunicador celebra personagem de Avaré que deixou contribuições nas mais diversas áreas

Flávio Mantovani

Decano da imprensa avareense, cidadão imprensa. Estes são alguns dos epítetos atribuídos a Elias de Almeida Ward (1925-2013), um dos nomes mais conhecidos da comunicação avareense.

Embora tenha nascido em São Paulo, sua longa carreira foi toda construída em Avaré, a ponto de muita gente ainda achar que ele seja natural da cidade.

No centenário de seu nascimento, a vida e a obra de Elias Ward são celebradas no livro Cidadão Imprensa, perfil biográfico que está sendo preparado pelo pesquisador Gesiel Júnior.

“Elias foi um homem inventivo e empreendedor, serviu com elegância em cerimoniais do município e atuou de maneira exemplar como dirigente cultural”, destaca o escritor e jornalista.

Ainda não há data para a sessão de autógrafos do livro, o 54º da carreira de Gesiel Júnior.

Cidadão imprensa

Elias Ward ingressou na Rádio Avaré em 1954, foi redator-assistente no jornal “O Avaré” nos anos 60 e assessor de Comunicação da Prefeitura a partir da década de 80.

Além da reconhecida atuação profissional, Ward foi um aglutinador. Organizou entre 2006 e 2012 a Festa da Imprensa, que reunia anualmente profissionais de diferentes veículos de Avaré.

“Seu Elias era, talvez, a única unanimidade na imprensa avareense. Não havia um único profissional das letras ou dos microfones que não simpatizasse com o velho decano da imprensa”, afirma ao Fora de Pauta o jornalista Felippe Aníbal, que iniciou a carreira no jornal A Comarca de Avaré.

Aníbal, que hoje escreve para veículos como Folha de São Paulo e revista Piauí, também se recorda da generosidade do velho jornalista.

“Quando me despedi de Avaré depois de dois anos atuando nas lides da imprensa local, recebi uma carta afável de Seu Elias, que a datilografou de próprio punho. Ainda guardo a missiva como se fosse um prêmio jornalístico”, ressalta o autor do livro Waltel Branco: O Maestro Oculto.

Contribuição para cultura e esporte

Elias Ward também deu importantes contribuições para a cultura e para o esporte avareenses.

Organizou em 1945 a 1ª Corrida de São Silvestre, aquela que se transformaria na mais antiga prova de pedestrianismo do interior paulista.

Esteve na organização da corrida até 2012, um ano antes de sua morte. A competição foi posteriormente batizada de Corrida “Elias de Almeida Ward” em sua homenagem.

Foi ainda um dos fundadores do Clube Avareense de Cinema (CAC) nos anos 50, um dos mais longevos cineclubes de São Paulo.

Elias Ward também apresentou o I Festival da Música Popular de Avaré (Frempa), cuja primeira edição ocorreu em 1969, e integrou a comissão organizadora da Exposição Municipal Agropecuária e Industrial de Avaré (Emapa) nos anos 70.

Aliás, foi Elias quem, durante reunião do Rotary Clube de Avaré em 1965, sugeriu a realização de uma feira de animais que viria a se tornar a Emapa, relata o autor.

Elias Ward morreu em 19 de fevereiro de 2013. Entre as homenagens póstumas, emprestou seu nome ao auditório do Centro Cultural “Esther Pires Novaes” inaugurado em 2016.

Justa deferência ao homem que legou importantes contribuições às mais diversas áreas de Avaré.

Capa do livro que homenageia Elias Ward; à direita, o autor Gesiel Júnior com o biografado