“Treis do Brejo”: confira a apresentação do antológico trio vocal gravada em 2000
Material disponibilizado pela Emncena Filmes mostra o power trio abrindo o show do Uni-Verso & Prosa no Teatro Municipal
Da Redação
Em 17 de novembro de 2000, o “Treis do Brejo”, grupo vocal formado por Shanná, Klébão e Flores, abria o show do Uni-Verso & Prosa no Teatro Municipal de Avaré.
Espécie de Sá, Rodrix e Guarabira local, o trio ia da música caipira ao repertório autoral, passando ainda pelos estandartes da MPB, chamando a atenção pela abertura de vozes, pela irreverência e pela adoção estética de elementos que fazem parte da cultura interiorana.
Klébão, que não abria mão de sua violinha nas apresentações, afirmou certa vez que o projeto “fedia a Brasil”.
Origens
Os integrantes se juntaram em 1991, às vésperas da Feira Avareense da Música Popular (Fampop) daquele ano.
“Shanná, que era uma espécie de trovador no vilarejo, querendo participar, compusera a música “A procura” e, procurando um companheiro para essa aventura, achou ali mesmo perto de sua casa outro trovador, o Klébão, que por sua vez também chamou seu concunhado, o Flores. Num primeiro encontro para começarem a arranjar a música, perceberam que tinham os mesmos gostos e uma afinidade musical forte e foram tocando o que vinha em mente, começando com “Cio da Terra”, “Cuitelinho”, etc. Foram muito além só da referida música combinada para o festival”, conta o músico e escritor Maú Bruno.
A história sobre o nome do trio, aliás, já dá uma mostra de sua irreverência. Eles subiram ao palco da eliminatória local, porém sem uma definição sobre como seriam chamados.
“Não sei quem, ao tirar sarro deles, numa comparação com o grupo Três do Rio (quem não se lembra da propaganda do Bamerindus?) os chama de Três do Brejo, e sem querer batiza um dos mais autênticos grupos que aqui se formaram, perpetuando essa espécie de sapos”, continua Bruno.
O pó da estrada
O trio se tornou figura carimbada em festivais, ganhou vários prêmios e rodou os mais distantes rincões de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro, acompanhado, muitas vezes, pela banda de apoio “Biscate Florisbela”.
“As viagens mais se pareciam com uma comitiva de pescaria, visto que, além do humor, no meio das “traias” musicais, ia também uma garrafa personalizada de água que passarinho não bebe que era disputada entre os novos amigos, vários, que faziam pelo caminho. E quantas viagens fizeram. Projeto Mazzaropi, programas de TV como o “Viola Minha Viola”, shows e etc”, lembra Maú.
O fim
O período áurea duraria até a primeira metade da década passada. “Mas nesse conto da vida real, diferentemente do “e foram felizes para sempre”, em 2003, o grupo fora surpreendido por um grave problema de saúde em Shanná, que nos deixaria no ano seguinte, e a piada perde um pouco a graça. Diante ao fato, Klébão e Flores seguiriam caminhos diferentes, porém com a marca de serem sempre um dos “Treis do Brejo””, finaliza o escritor.
Confira a apresentação dos “Treis do Brejo” disponibilizada pela Emncena Filmes.