Fampop: o dia em que Humberto Gessinger foi visto chutando a porta após ser deixado pra fora do ginásio
Passagem que ocorreu na edição da feira de 1997 foi relatada ao Fora de Pauta pelo músico Maurício Bruno; relembre ainda o piti do Zé Ramalho em 2005
Da Redação
Humberto Gessinger, ex-vocalista e baixista dos Engenheiros do Hawaii, esmurrava a porta dos fundos do Ginásio Kim Negrão naquele início de noite em 1997.
Acompanhado de seu produtor, o cantor e compositor – atração naquela edição da Feira Avareense de Música Popular (Fampop) – não apenas surrava, como também chutava a estrutura com toda força.
A banda do porto-alegrense já estava no palco passando o som e por isso ninguém conseguia ouvir os xingamentos do patrão do lado de fora.
Quem presenciou a cena foi o músico Maurício Bruno Damião, o Maú. Naquela noite, Maú subiria ao palco para defender uma música avareense que havia passado para a fase nacional.
“Fui até a parte de trás do ginásio e ele estava lá praticamente dando voadora na porta”, conta ao Fora de Pauta. “Até que alguém apareceu e os dois entraram, dirigindo palavras carinhosas para a mãe de alguém”.
Maú aproveitou a deixa e acompanhou a dupla mal-humorada até o interior do recinto, onde presenciaria outra cena inusitada.
Antes da passagem de som, Gessinger exigiu que os seguranças retirassem do ginásio os fãs que já estavam ali para o festival. Assim, cada um dos presentes foi “convidado” a se retirar enquanto o grupo ajustava os equipamentos.
Estacionando junto à mesa de som e confundido com alguém da produção, Maú não foi incomodado. “Cabelo comprido, um bag nas costas e uma pastinha na mão, pelo menos nesse tipo de evento, abrem algumas portas”, brinca o músico.
Maú conta ainda que foi a passagem de som mais estranha que já presenciou na vida, com o artista principal mal falando com os companheiros de palco e aparentando estar muito desconfortável ali.
“Mas na hora do show ele foi superprofissional e até parecia se dar bem com os outros músicos da banda. Só parecia”.
Piti do Zé Ramalho
Outra passagem curiosa foi protagonizada pela produção de Zé Ramalho durante a final da Fampop de 2005.
A programação previa que Rodrigo Custódio tocaria antes do paraibano. Acontece que o barco começou a fazer água antes mesmo que o artista de Avaré subisse ao palco: a produção do Zé não queria esperar mais.
Custódio começou a tocar em meio a um clima pesado, enquanto a organização da Fampop tentava negociar com os agentes de Ramalho.
Maú Bruno, integrante da banda de apoio daquele ano, também testemunhou o momento tenso. “Um senhor calvo com expressão de sério ficou ao lado do palco impacientemente, apressando o show do Rodrigo, que acabou abreviado mesmo”, conta à reportagem.
Enquanto o pau comia, Zé Ramalho permanecia refugiado numa Van estacionada nos fundos, sem qualquer contato com o mundo exterior.
O senhor impaciente mal esperou a banda de Avaré sair do palco e já deu início à mudança de palco, praticamente “atropelando” os músicos da casa.
“Palco liberado, Zé saiu em disparada pelo corredor, onde ficam os vestiários transformados em camarim na ocasião, subiu pela escada traseira e fez o show como se nada de estranho tivesse ocorrido. Coisas da Fampop”, resume o músico.
Sensacional essas histórias esse mundo da música acontece de tudo , abraço parabéns pela matéria Flávio.