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Com 104 anos, oleense é mais velho que sua cidade natal

Lavrador Joaquim Rodrigues Marques nasceu quatro anos antes de a pequena Óleo se tornar oficialmente município

DA REDAÇÃO

O médico ficou impressionado. Depois de cinco dias de internação, o lavrador Joaquim Rodrigues Marques, de 104 anos, estava restabelecido de uma pneumonia, geralmente fatal para idosos. “É como a Fênix: ele renasce das cinzas”, confidenciou o profissional a familiares.

Em se tratando do oleense, o espanto é comum quando o assunto é idade. Marques é mais velho que Óleo, sua terra natal. Quando veio ao mundo, em 1913, o lugarejo ainda não tinha status de município. O centenário da cidade com 2583 habitantes, segundo dados recentes do IBGE, será comemorado só em 2018.

Mas a cidadela que já chegou a ter mais que o dobro de pessoas no auge do café permanece viva na memória de Joaquim. “Ele fala sobre as festas antigas, o comércio movimentado da época e pergunta se o coreto da praça ainda existe”, conta a filha Ana Maria Marques ao Fora de Pauta.

Depois de labutar na roça, ele se mudou para a capital paulista em 1962. Lá terminou de criar os 13 filhos e só retornou ao chão de origem em 2010.

O centenário do patriarca foi motivo de festa. Descendentes se reuniram em uma comemoração especial, que virou até notícia na TV Tem de Itapetininga. “Eu conservei o meu corpo. Eu tinha 18, 20 anos, comprava fortificante e tomava. Bebida? Nunca. Cigarro eu fumei um pouco, depois larguei mão”, contou o aniversariante na época à emissora filiada à Rede Globo (foto).

“O segredo é caminhar”

Egresso de um tempo em que preocupação com saúde era coisa rara, Joaquim sempre disse aos filhos que o segredo da vida longa era caminhar. “Até os 102 anos ele ainda caminhava”, continua a filha. Embora esteja atualmente acamado e fale com certa dificuldade, o oleense mantém a lucidez. E fez questão de agradecer à visita da reportagem.

Outro dado impressiona: ele não toma qualquer medicamento, garante Ana Maria. A pressão arterial permanece 12/8 e o colesterol está em dia. “E come muito bem, mas de forma regrada”, explica a cuidadora, que espera herdar a genética favorável do pai.

Ranking

Incontestavelmente, Joaquim é a pessoa mais velha da cidade e pode estar entre as mais velhas do país. Ainda assim, ele precisa de mais de uma década para chegar ao posto de Maria Benedita. A mulher de 117 anos apontada como a mais idosa do país é monitorada pelo Gerontology Research Group, organização responsável pelo ranking mundial das pessoas com mais de 110 anos.  

Disposição, no entanto, não falta ao oleense. “Vou tocando até quando Deus quiser”, costuma dizer o aposentado. 

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