As aventuras de uma avareense no México
Em exposição a alunos de espanhol da Fisk de Avaré, a intercambista Nathália Carvalho falou sobre percalços e momentos inesquecíveis vividos durante o ano em que passou no país
DA REDAÇÃO
Depois de uma semana de cama e alguns quilos a menos, a avareense Nathália Carvalho, 17, só queria uma coisa: ir pra casa.
Em agosto do ano passado, a estudante havia desembarcado na Cidade do México para um intercâmbio que duraria um ano. Poucos dias depois, porém, começou a sentir dificuldades com a comida, excessivamente apimentada para os padrões de um estrangeiro.
Como o condimento estava em quase tudo que era levado à mesa, Carvalho passou a evitar as refeições, o que a deixou cada vez mais debilitada.
Com o abatimento físico, veio a dúvida se realmente tinha feito a escolha certa. Afinal de contas, estava longe da família naquela situação de vulnerabilidade, em um país que não era o seu e diante de um idioma que até então ela não dominava.
O sonho de viajar e conhecer novas culturas parecia ter se transformado em pesadelo. “Mas fui me recuperando aos poucos. Depois acabei me acostumando com a comida e não queria mais voltar para o Brasil quando terminou a estadia”, brinca a adolescente.
Essa e outras passagens foram relatadas em uma exposição que a jovem ministrou a estudantes de espanhol da Fisk de Avaré no último dia 5 de setembro.
Nathália chegou ao México por intermédio do Youth Exchange, programa do Rotary que distribui bolsas a estudantes.
Durante o período, viveu em casa de família e frequentou aulas de espanhol com outros intercambistas, incluindo brasileiros e estrangeiros.
Além da imersão cultural, a avareense pôde conhecer pontos turísticos do país, como Cancún e a Rota Maia, além de paisagens deslumbrantes e a misteriosa arquitetura asteca e maia.
“Mas o que mais me impressionou foi a cordialidade dos mexicanos”, revela a estudante, que diz ter feito lá amigos para a vida toda.
Presa pra sempre no México!
Um incidente quase fez com que o sonho de permanecer no país se concretizasse.
A poucos dias da volta, Nathalia teve a bolsa furtada no metrô e só se deu conta quando foi pagar a conta num estabelecimento. Além de itens pessoais, a carteira de estrangeiro – necessária para os trâmites na imigração – também havia sumido.
Mesmo correndo para ajustar tudo a tempo da partida, a viagem de volta teve que ser adiada em 11 dias por conta do imprevisto. Seus pais precisaram mandar documentação do Brasil para que a situação da estudante fosse regularizada.
Apesar do incidente, a avareense afirma que a experiência a fez crescer não apenas culturalmente, já que passou a dominar o espanhol, como também em termos pessoais.
“Antes de ir eu não sabia que carreira seguiria. Mas agora sei que pretendo cursar Relações Internacionais. A Nathália que voltou do México não é a mesma que saiu do Brasil no ano passado. Foi uma experiência indescritível”, resume a estudante, que falou em espanhol durante toda a conversa com alunos da professora Janaína Ayres.
A intercambista Nathália e a professora Janaína entre os alunos Thales e Pedro